Um dia em Ouro Preto

É supercomum para quem viaja a Belo Horizonte, aproveitar para conhecer Ouro Preto. Essa cidade histórica está a pouco mais de 1h30 de carro da capital mineira.

No caminho, nos demos o luxo de parar na Mercearia Paraopeba, na cidade de Itabirito, onde experimentamos goiabada cascão, doce de leite, castanhas, queijos… E a incrível simpatia e hospitalidade do povo mineiro, claro.

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Fizemos o trajeto de carro, o que consideramos a melhor opção, mesmo tendo um pouquinho de dificuldade para estacionar na cidade – nada que, de novo, a boa vontade da população local não ajude a resolver.

Se você não dirige ou não quiser alugar um carro, pode chegar até Ouro Preto de ônibus também, com a viação Pássaro Verde. A viagem dura duas horas e custa em média R$ 34 o trecho.

Aproveite o roteiro abaixo, onde listamos as principais atrações que visitamos, e conheça essa cidade, que é Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco e guarda em suas ladeiras, casario colonial e igrejas muito de nossa história.

As atrações imperdíveis

Um bom ponto de partida é o Museu da Inconfidência, que tem 16 salas com peças que contam um pouco da vida na cidade, tanto dos portugueses, quanto dos povos explorados nela, principalmente os africanos. Além disso, há o Panteão da Inconfidência, onde estão os restos mortais de 16 inconfidentes, alguns repatriados apenas por Getúlio Vargas.

Infelizmente, nesse museu e em boa parte das outras atrações turísticas da cidade, é proibido tirar fotos, mesmo sem flash. Mas você pode fazer um tour virtual no museu através deste link.

Do ladinho dele fica a Igreja Nossa Senhora do Carmo e o Museu do Oratório, que nós não conseguimos visitar, mas que são muito indicados por guias de viagem.

De lá seguimos para a Matriz de Nossa Senhora do Pilar, a mais luxuosa da cidade, que conta com mais de 400 quilos de ouro cobrindo seus seis altares. Na igreja é possível ver alguns exemplos das três fases do barroco brasileiro e no subsolo há ainda o Museu de Arte Sacra, com belas imagens de santas, como a que dá nome ao local.

Igreja_Sao_Francisco_de_Assis_Ouro_Preto_MG

Outra igreja muito importante e impressionante que visitamos é a de São Francisco de Assis, obra prima de Aleijadinho e Mestre Ataíde, que pintou o belíssimo forro da nave, que demorou 10 anos para ficar pronto. Vale a pena prestar atenção nos traços mestiços de Maria no teto.

Como a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, onde Aleijadinho e seu pai, o também escultor Manoel Francisco Lisboa, estão sepultados, está fechada há alguns ano para restauração, é possível ver expostas nessa igreja outras peças feitas pelo artista, como uma deslumbrante Nossa Senhora da Conceição.

A frente da igreja fica a Feira do Largo de Coimbra, excelente para comprar lembrancinhas, principalmente artesanato feito com Pedra Sabão.

Fique atento, nessa região, muitos guias turísticos tentam vender seus serviços, nem sempre de forma clara ou com conhecimento aprofundado. Nossa experiência com um deles foi muito ruim, por isso, aconselhamos que se você tiver interesse nesse tipo de serviço, procure previamente uma agência bem avaliada em sites como o Trip Advisor.

Ao seu lado está um dos restaurantes mais famosos da cidade, o Bené da Flauta, em um casarão colonial que já abrigou Mestre Ataíde.

Nós optamos por comer no excelente restaurante O Passo, que serve um menu executivo no almoço, com entrada, prato principal e sobremesa por R$ 39. Com influência italiana, há sempre opções de massas e risotos. Se puder, sente nas mesas do lado de fora, que têm uma vista linda para a cidade.

O_Passo_Pizza_Jazz_Ouro_Preto_MG

 

Sobremesa_O_Passo_Pizzaria_Jazz_Ouro_Preto_MG

Um outro lado da história

A maioria das atrações da cidade fica nesta parte norte, que era habitada pelos portugueses, porém, vale a pena dar um pulinho na parte sul, onde viviam os “brasileiros” (índios, paulistas e negros) para ver um outro lado da história, tão interessante quanto.

Aconselhamos que você pegue um táxi para conhecer essa região. Eles normalmente não usam taxímetro, então é preciso negociar – muito bem negociado -, a corrida antes de entrar neles.

Nós fomos de carro até a Igreja de Santa Efigênia, que tem uma vista linda da parte norte, no alto de sua escadaria, e, sinceramente, apesar de ser uma das mais simples da cidade, foi a que mais nos emocionou.

Igreja_Matriz_de_Santa_Efigenia_Ouro_Preto_MG

Ela foi construída pelos africanos escravizados no Brasil para eles congregarem e conta com um papa negro pintado em seu teto. Além de santos negros, como Santa Efigênia, e que foram sincretizados com os orixás africanos, como Santa Bárbara, cuja história a aproxima de Iansã, senhora dos raios. Ainda é possível ver essa influência em algumas esculturas, que contam com elementos como búzios, e também nos traços miscigenados dos anjos.

Infelizmente, não tivemos tempo de visitar a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, que tem uma fachada arredondada e também altares dedicados  aos santos negros.

Outras igrejas que valem a visita:

A Capela do Padre Faria, que, apesar de seu aspecto simples, tem o interior coberto por outro e também detalhes em vermelho, fruto da influência dos imigrantes chineses, de Macau, que aqui se estabeleceram.

Uma curiosidade: em 1730 Ouro Preto era a cidade mais populosa da América do Sul, por conta dos diversos imigrantes em busca de suas riquezas.

Mirante_Ouro_Preto_MG

Há ainda a Igreja de São Francisco de Paula, com uma vista deslumbrante de toda a cidade, e a Igreja de São Miguel e Almas, que conta com uma bela pintura da Santa Ceia, feita por Mestre Ataíde.

Na cidade há muitos ateliês, lojas de jóias e pedras preciosas, além de lojinhas de artesanato, e ela é cenário de vários eventos culturais também, como festivais de música, cinema e literários. Sem falar no famoso carnaval de rua e nas festas das inúmeras repúblicas.

Como só tínhamos um dia, optamos por não visitar as minas de ouro, porém, se você tiver interesse, pode incluir o passeio em seu roteiro.

Todas as nossas dicas de viagem para Ouro Preto

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